O lento processo de reconhecimento pela população e sobretudo pelas escolas da frequência e da gravidade do bullying entre alunos, ganhou um importante fator de aceleração.
Em Ceilândia, no Distrito Federal, o Tribunal de Justiça condenou a indenizar a família, uma escola que fora processada pela mãe de um garoto com acusação de que a instituição não tomara providências para resguardar o filho das freqüentes agressões que sofria dos colegas.
O bullying merece uma atenção preventiva antes de tudo pelas escolas brasileiras, como já acontece em outros países. A boa escola é aquela que reconhece que nela pode ocorrer ou está ocorrendo o bullying. Sabe-se que a escola que afirma que lá não tem situações de bullying é na realidade a que mais tem, porque não reconhece e não toma providências.
Os pais ao matricularem seus filhos devem saber da direção da escola qual o seu posicionamento em relação ao bullying, que medidas preventivas adotam e como agem quando detectam que alunos estão sendo vítimas. A boa escola é aquela que sempre no início do ano letivo anuncia com firmeza: nesta escola não se tolera o bullying. Ou seja, não se tolera a discriminação, a violência, a exclusão, a falta de respeito pelas desigualdades.
A indenização através da justiça não é novidade em outros países. Na Inglaterra as escolas se protegem com seguro. Mas as seguradoras só aceitam segurar as escolas que mantém um programa de prevenção do bullying.
Pesquisa feita pela Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e Adolescência (ABRAPIA) em 2002, com apoio do Ibope e da Petrobras, entrevistando 5.482 alunos no Rio, demonstrou que o bullying é tão freqüente e tem o mesmo perfil que em outro países.
O Observatório da Infância recebe inúmeros e-mails de pais queixando-se da dificuldade em protegerem seus filhos do bullying nas escolas. Sabe-se que é quase impossível controlar o bullying sem a intensa participação da escola. Com a atual decisão da Justiça, de punir as escolas com indenização às vítimas, estou certo que elas ficarão mais atentas e participativas. Afinal, vai doer no bolso!
Lauro Monteiro
Editor
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