Eu poderia viajar pela eternidade.
Pelo vidro embaçado
Assistir a vida passando.
Levaria meus cigarros e alguns papéis(Minhas ilusões)
Para jogar pelo caminho
Minhas palavras de sentimentos insensatos e misturados.
Poderia viver para escrever as tristezas de minhas descompanhias.
Poderia viver para nada e
Chorar pelo tudo que existiu antes disso.
A companhia do vazio seria meu colo
E o tempo estancaria meus olhos
Desse banho quente e salgado.
O vento ao entrar pelo vidro aberto secaria minhas lágrimas
E a visão de que lá fora ainda existe vida
Faria-me lembrar de como já foi viver.
Eu poderia viajar
Ou velejar para o longe
Para o lá adiante
Sentiria o vento em meus cabelos
E viveria da fantasia de viver.
A natureza acontecendo
Faria-me sorrir.
O luar seria minha luz e companhia
Enquanto a fumaça de meu cigarro
Esvair-se-ia pela brisa, desenhando espirais no ar.
Meu coração talvez encontraria sentido para pulsar
Minhas mãos talvez parariam de tremer
Meus olhos parariam de chorar.
O caminho a ser tomado não faria sentido
Nem teria importância
Simplesmente eu viajaria
Levada
Navegando na inércia
Sozinha, buscando no hoje o porquê do ontem.
Pelas manhãs chuvosas,
A banhar os vidros
Leria eu no livro de minha vida
Todas as páginas com seu nome
E buscaria na brisa úmida e gelada da manhã chuvosa
Um sopro acalentador para minha dor.
Eu viajaria pela vida
Somente assistindo pela minha janela.
Sem precisar falar
Sem precisar amar
Sem precisar mentir
Sem precisar precisar.
Simplesmente,
Assim eu viveria.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
A PAZ NÃO SE IMPROVISA, ELA SE CONSTROI ATRAVÉS DE VALORES UNIVERSAIS.WWW.ARASSUARTES.COM.BR